Judeus no mundo

PERU


 A história dos judeus no Peru data dos tempos de Colombo e das expedições espanholas feitas nos séculos XV E XVI.Muitos judeus convertidos, que tinham direitos limitados na Espanha, vieram ao Peru em busca de novas terras e de uma vida mais próspera. É válido lembrar que muitos desses judeus convertidos ainda praticavam, secretamente, o judaísmo (eram chamados de marranos, que significa porcos – nome pejorativo dado aos cripto-judeus) e a igreja, desconfiando desses judeus, começou a impor restrições ao número de convertidos que podiam ir às colônias espanholas na América Latina.Portugal, outra metrópole das colônias americanas, tinha leis mais flexíveis quanto à colonização, o que ajudou mais judeus convertidos a irem para a América. Mas, a partir de 1580, o movimento da inquisição tornou-se mais forte e muitos judeus convertidos (marranos ou não) foram torturados e mortos pelos tribunais inquisitoriais. Não há atualmente judeus praticantes no Peru que descendam dos primeiros judeus estabelecidos no local.

 

Em 1800 os judeus no Peru, com a maior abertura e liberdade religiosa mundial, começam a esboçar uma comunidade judaica formando a comunidade denominada “La Sociedad de Beneficencia”.É preciso frisar que neste tempo os judeus estavam num momento de transição de um perfil sefaradita para um perfil ashkenazi,ou seja, os principais imigrantes estavam vindo da Europa central(as duas primeiras ondas de imigração ocorreram em 1870 e 1880).Estes judeus ashkenazim vieram ao Peru em busca de uma melhoria em suas vidas economicamente e ao chegarem entraram na comunidade local, mas construíram suas sinagogas de acordo com seus costumes.

 

A partir da primeira guerra mundial (1914-1918) houve uma nova imigração judaica ao Peru de judeus turcos e sírios que fugiram de seus países devido à miséria e desolação que a guerra trouxe.Assim eles estabeleceram diversas comunidades pelo país, mas em 1940 a maioria foi para Lima (capital) onde esperavam obterem uma educação judaica para seus filhos.

 

Com a concentração judaica em Lima foram criadas algumas instituições judaicas, como uma escola judaica, um lar para idosos, instituições funerárias e 2 sinagogas sefaradis e uma ashkenazi foram construídas.Em 1970 a comunidade judaica peruana tinha 5200 membros.Na década de 70 houve também o governo socialista de Juan Velasco que limitava a liberdade de imprensa e censurava diversas instituições. Como muitos judeus tinham seus empreendimentos e não gostavam de ter sua liberdade limitada, vários resolveram emigrar para outros lugares. Na década de 90, com o declínio do socialismo, a emigração parou e houve um recomeço da imigração judaica para o Peru, mas, mesmo assim, com o casamento misto sendo cada vez mais comum entre os judeus peruanos, os números de judeus da comunidade caiu, já que eles não consideram no censo quem é filho somente de pai judeu.

 

A situação econômica atual da comunidade do Peru também não é das melhores, e com isso ocorreu o empobrecimento cada vez maior dos judeus, o que leva a um aumento dos números de emigração do país.

 

A situação política dos judeus no Peru por outro lado não é ruim, sendo que um judeu é atualmente o segundo vice-presidente (David Waisman) e outro, há tempos atrás, primeiro ministro (Efrain Goldenberg Schreiber,primeiro ministro na década de 90).

 

Em termos de anti-semitismo, no ano de 2005 houve um discurso feito pelo rabi Guillermo Bronstein em que ele identificou um crescente no número de grupos neonazistas no Peru ligado a um aumento exagerado no nacionalismo.

 

Há atualmente quase 3000 judeus no Peru.